A edição de Boa Vista do Meeting Paralímpico, promovido pelo CBP, reuniu ao todo 108 competidores
Imagine estar no início da carreira no halterofilismo e ter a felicidade e a honra de, no seu primeiro evento nacional, conquistar duas medalhas de ouro, tendo como adversário o colega que foi sua principal inspiração. Foi exatamente isso que aconteceu com Matheus Luan de Castro, de 24 anos.
Neste sábado, 12 de julho, o jovem paratleta escreveu mais um importante capítulo de sua trajetória esportiva durante a etapa de Boa Vista do Meeting Paralímpico. Há cerca de oito meses, ele conheceu a modalidade, e agora, já carrega no pescoço uma medalha de ouro por sua participação no lançamento de dardo e outra no arremesso de peso.
“Conquistar dois ouros é uma sensação incrível, muito bacana”, descreveu empolgado. Matheus conta que se tornou paratleta de forma inesperada. Durante a pandemia de covid-19, se interessou pela corrida de rua e deu os primeiros passos no paradesporto. Pouco tempo depois foi apresentado ao halterofilismo, por um amigo.
Logo em seguida, passou a treinar no Centro de Referência Paralímpico de Roraima (CRP-RR), onde fez amigos e pode acompanhar de perto paratletas medalhistas. Ele já vislumbra um futuro promissor. “Quem sabe, futuramente, eu me destaque mais e continue alcançando mais pódios”, projeta.
Além de Matheus, mais 107 paratletas se inscreveram na edição de Boa Vista do Meeting Paralímpico, iniciativa desenvolvida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em todo o país. Na capital de Roraima, o evento conta com apoio do CRP-RR, que é vinculado à Universidade Estadual de Roraima (UERR). Os participantes estavam divididos nas modalidades Atletismo, Natação e Tiro com Arco. Mykeias dos Santos, de 27 anos, subiu ao pódio duas vezes para pegar uma medalha de ouro, conquistada no lançamento de dardo, e uma medalha de prata por seu desempenho no arremesso de peso.
Ele participa do Meeting Paralímpico desde 2019, já esteve em duas edições em Manaus e em Boa Vista. “É uma maravilha competir. A gente encontra atletas de outros lugares e esse intercâmbio é importante porque possibilita o compartilhamento de experiências”, ressaltou.
Na corrida, Deyseane Arruda, de 43 anos, saiu da sua prova com a medalha de ouro. Ela conseguiu superar seu desempenho do ano anterior, quando ficou com a prata. Há quase três anos no paradesporto, esta foi sua segunda participação no Meeting Paralímpico. A motivação inicial foi a melhora da saúde, agora, é a oportunidade de representar Roraima.
“É uma iniciativa boa para que a gente venha a se desenvolver e poder representar o estado nacionalmente, ou quem sabe, internacionalmente. A gente pode até inspirar outras pessoas a desenvolverem suas habilidades”, refletiu.
No Tiro com Arco, Eduarda Deckmann, de 33 anos, venceu em segundo lugar a categoria W2 Recurvo Feminino 10m. “Procurei entregar tudo que eu podia, dar o máximo que eu podia mesmo”, ressaltou. A carreira na modalidade teve início há quase dois anos. No evento do ano passado, viveu a experiência de levar pra casa uma medalha de cada lugar do pódio: um ouro, uma prata e um bronze.
“Eu sempre quis praticar algum esporte, alguma modalidade que usasse mais a estratégia, o foco, e aí eu vi que tinha a turma de Tiro com Arco disponível no Centro Paralímpico e aí eu me apaixonei. Continuei indo, e fui cada vez me apaixonando mais”, comenta sobre sua dedicação à atividade.
O Meeting Paralímpico promove competições em provas de alto rendimento e também funciona como seletivas estaduais para quatro competições: Paralimpíadas Escolares, Universitárias e Militares, e Intercentros (evento com a participação de crianças de 7 a 10 anos dos Centros de Referência).
“São quatro competições em uma só, com o objetivo de fomentar o esporte paralímpico de alto rendimento em todos os estados brasileiros. Há premiação para 1º, 2º e 3º colocados em todas as provas. Cada uma das modalidades tem as suas classes funcionais de acordo com a deficiência do atleta”, explicou Vinícius Denardin, professor da UERR e coordenador do CRP-RR.
