O registro da ocorrência na terra preta de índio no município de Rorainópolis no sul do estado foi realizado pelo professor João José do curso de Agronomia da UERR naquele município, ao visitar uma área onde recebera relatos que foi obtida uma produção de repolho acima da média dos ensaios realizados no sul do estado. “A cor do solo, pH, matéria orgânica e sobretudo presença de fragmentos cerâmicos chamaram minha atenção” o professor ainda observou que outras culturas como milho, macaxeira e pimenta cultivadas na área produzem bem sem a necessidade de adubação mineral.
Analises preliminares já estão sendo realizadas, no entanto, a caracterização da área com presença de terra preta de índio é objeto de estudo da tese de doutorado do próprio professor. Para estudar a terra preta serão abertas trincheiras para coleta de amostras numa topossequência, desde as margens do Rio Anauá até o ponto mais elevado da paisagem. “Dimensionar o tamanho deste sítio e encontrar novos sítios arqueológicos ajudará a entender como viviam os índios da região à centena ou milhares de anos atrás e como estes solos com características químicas diferenciadas foi formado ao longo do tempo”. O pesquisador conta com a ajuda de moradores da região e para identificação de novos sítios e trabalha para formar um grupo de pesquisa que ajude a catalogar os sítios.
As terras pretas de índio (TPI) são solos com características de coloração escura e presença de fragmentos cerâmicos e, ou, líticos incorporados à matriz dos horizontes superficiais do solo estes solos são caracterizados por apresentarem elevada fertilidade, resultante da prolongada ocupação humana e da combinação da deposição de grande quantidade de material orgânico e material oriundo de queimadas. As TPI já foram observadas e descritas em outros estados da Amazônia. A grande maioria dos sítios arqueológicos está localizada as margens de rios, como Purus, Madeira, Juruá, Solimões e Amazonas.







